terça-feira, 25 de agosto de 2009

LEONARDO DA VINCI ....

Introdução

Leonardo da Vinci, artista renascentista italiano, nasceu em 15/04/1452. Existem algumas dúvidas sobre a cidade de seu nascimento: para alguns historiadores, seu berço foi em Anchiano, enquanto para outros, foi numa cidade, situada na margem direita do rio Arno, perto dos montes Albanos, entre as cidades italianas de Florença e Pisa.



Biografia

Foi um dos mais importantes pintores do Renascimento Cultural. É considerado um gênio, pois mostrou-se um excelente anatomista, engenheiro, matemático músico, naturalista, arquiteto, inventor e escultor. Seus trabalhos e projetos científicos quase sempre ficaram escondidos em livros de anotações (muitos escritos em códigos), e foi como artista que conseguiu o reconhecimento e o prestígio das pessoas de sua época.

auto-retrato de Leonardo da Vinci Auto-retrato de Leonardo da Vinci


Leonardo da Vinci fez estágio no estúdio de Verrochio (importante artista da época), na cidade de Florença. Viveu uma época em Milão, onde trabalhou para a corte de Ludovico Sforza. Até 1506, realizou trabalhos principalmente em Florença e tudo indica que nesta época tenha pintado sua obra mais famosa: a bela e enigmática Gioconda. Trabalho para o rei Francisco I da França, onde realizou belos trabalhos. Faleceu na França no ano de 1519.


Principais características das pinturas de Da Vinci : utilização da técnica artística da perspectiva, uso de cores próximas da realidade, figuras humanas perfeitas, temas religiosos, uso da matemática em cálculos artísticos, imagens principais centralizadas, paisagens de fundo, figuras humanas com com expressões de sentimento, detalhismo artístico.



Principais trabalhos de Da Vinci:

Trabalhos de pinturas (artes plásticas): Gioconda (Monalisa) , Leda, Dama do Arminho, Madonna Litta, Anunciação, A Última Ceia, Ginevra de Benci, São Jerônimo, Adoração dos Magos, Madona das Rochas, Retrato de Músico, São João Batista, Madona do Fuso, Leda e o Cisne

Trabalhos de invenções: máquina voadora, máquina escavadora, isqueiro, paraquedas, besta gigante sobre rodas, máquina a vapor, submarino.

Trabalhos Científicos: homem vitruviano, anatomia do tronco, estudo de pé e perna, anatomia do olho, estudo da gravidez, estudos e embriões.

Projetos de Arquitetura : Projeto arquitetônico de uma cidade, projeto de um porto, templo centralizado.

Frases de Leonardo da Vinci:

- "A sabedoria é filha da experiência."

- "Quem pouco pensa, muito erra."

- "A simplicidade é a máxima sofisticação".

- "O tempo dura muito para aqueles que sabem aproveitá-lo."



Antropometria e ergonomia

Este artigo nasceu a partir de uma salutar conversa no telefone, com a indagação da amiga Rosário Toscano, terapeuta ocupacional/Portugal, sobre noções de pessoa, espaço e deficiência na história da arquitetura.

Consideramos a antropometria como o milenar processo ou técnica de mensuração do corpo humano ou de suas várias partes.

Quanto ao espaço físico, o ambiente no qual o homem esta inserido, Vitrúvio (Sec. I A. C.) lega para a arquitetura o exemplo do próprio homem com as respectivas dimensões de suas várias partes do corpo. Este entendimento para o bom uso dos espaços edificados pelo homem - e para uso do homem - é até hoje uma norma seguida. A arquitetura tem por dogma refletir a exemplar regularidade do corpo humano.

Isto acompanha a evolução do homem desde os seus primórdios nas sombras das protetoras cavernas.

Conseqüência do advento da Revolução Industrial pela qual passou a Europa e, posteriormente, o mundo, a ergonomia ganha no século XX grande destaque. A relação do homem com a máquina; a relação do homem com o seu ambiente físico de trabalho; a produtividade desejada e os recursos para que se produza cada vez mais, fazem da ergonomia o estudo da possibilidade e limites do desempenho do homem no trabalho. A ergonomia analisa as interações entre o homem e os outros elementos de um dado sistema, visando melhorá-los quanto a respostas motoras, conforto, fadiga, esforço e bem-estar.




Vitrúvio, o homem e a arquitetura

No Renascimento, os ensinamentos de Vitrúvio passam novamente a ganhar grande importância. É nessa época que os seus livros são traduzidos para a língua italiana. Os dados antropométricos apresentados por ele, são desenhados por Leonardo Da Vinci (± em 1490) no seu célebre trabalho “L’Uomo di Vitruvio” (O Homem de Vitrúvio).

Nessa referida ilustração são apresentadas as teorias de Vitrúvio. Um dos exemplos é colocar um homem com os braços e mãos bem estendidos. A medida obtida entre uma mão até a outra é equivalente à medida da sua altura. Coisa simples! Mas é com isto que Vitrúvio demonstra a proporcionalidade entre as partes do corpo do homem e chama a atenção para o entendimento do projetar as edificações a partir do mesmo princípio. As diferentes partes do corpo do homem formam um interessante conjunto de proporções que cabem em um círculo, bem como em um quadrado. Para Vitrúvio a arquitetura deveria seguir o mesmo entendimento de ter a proporcionalidade das partes para completar o todo harmoniosamente, pois as partes formam o todo. Para ele a composição dos “recintos dos deuses imortais”, ou seja: os templos, depende da proporção. Para ele “nenhum templo pode ser bem composto sem que se considere alguma proporção ou semelhança, a não ser que tenha exatas proporções, como as dos membros segundo uma figura humana bem constituída”.




O belo e o desprezível na plasticidade e formas arquitetônicas e humanas

Assim, o homem forte, com o corpo construído ou “edificado” na robustez e proporções harmoniosas, denotando firmes alicerces, simetrias, regularidade, preenchendo o espaço de maneira geometricamente calculada, tem por base uma “figura humana bem constituída”.

Este é um exemplo evidente que a construção de conceitos, ou concepções, referentes à pessoa portadora de deficiência, é um fator sócio-histórico sedimentado pelos séculos.

A importância social do homem sempre foi analisada ou atribuída mediante a sua capacidade de produção. Constituir-se em um ser produtivo frente aos mecanismos sociais sempre foi o desafio para a aceitabilidade ou exclusão.

Desde a Antiguidade agro-pecuária de Senhores e sub-humanos, a Idade-Média de Nobres feudais e servos, o Renascimento com o Novo Humanismo, à Modernidade asfixiada pelas várias fases de evolução do Capitalismo, as pessoas se dividem em produtivas e não produtivas.

Historicamente a pessoa portadora de deficiência representou no coletivo social o não produtivo. Em uma abordagem sócio-político-econômica o conceito de pessoa portadora de deficiência faz dela um produto não produtivo. Ela representou o não rentável, um peso para o social, sendo ela, portanto, por séculos, o exterminável, desprezível, intolerável, abandonável, enclausurável, institucionalizável, Foram estas as várias formas de dizer ‘banível’ que no passado a avaliação social de produtividade impôs à pessoa portadora de deficiência.



Sobre as fases da vida à pirâmide funcional

Após ter feito uma pequena incursão nos valores sócio-históricos, apontamos o caminho tomado pela arquitetura teórica de Vitrúvio, é momento de agregar evolução, complicar o já complexo. Em 1946 o arquiteto Le Corbusier(1887-1965), dentro dessa mesma corrente, estabelece o seu “Modulor” com dimensões para a escala humana, aplicável universalmente na arquitetura.

Mas apontamos que ainda se tratava da escala humana para o homem de Vitrúvio, para a “figura humana bem constituída”. Sabemos que um módulo é uma medida reguladora das proporções de uma obra arquitetônica. Com o seu trabalho Le Corbusier quis mostrar que a natureza é matemática. Ele criou a sua escala humana por entender ser complicada a existência e uso de dois sistemas de medidas: o anglo-saxão e o métrico decimal. Suas pesquisas sobre a escala humana se basearam nos estudos de Leonardo Pisano Fibonacci(1170-1250), na seção áurea e na procura da harmonia visual na arquitetura. No entanto é importante lembrar que os sistemas métricos e o de polegadas dificultam a aproximação e entendimento dos diferentes países quando dos tratados de antropometria, de ergonomia, das normas e critérios de acessibilidade para pessoas portadoras de deficiência ou pessoas idosas.

Mas estes detalhamentos são tão interessantes e complexos que dariam um outro tema de estudos.

Harmonia visual e funcionalidade humana.

Junto ao entendimento do papel da arquitetura, da antropometria e da ergonomia para garantir o homem produtivo e banir o não produtivo, vemos hoje que é importante analisar e comparar os aspectos dimensionais e funcionais da relação homem-ambiente, pois vários conceitos caíram e novos foram forjados sobre o desenvolvimento e o papel do homem em relação a sua potencialidade e capacidade.

A partir da década de 60 muitas coisas mudaram nas sociedades. Constantes questionamentos sobre os direitos sociais; maior quantidade e diferentes estudos sobre as populações; novos embasamentos técnicos e demográficos, auxiliaram para que essas mudanças ocorressem.

A constatação do grande número de pessoas portadoras de deficiência, as necessidades das pessoas idosas e os avanços da medicina, impulsionaram para o completo entendimento de que os homens não são iguais.

São os países nórdicos e a Inglaterra que iniciaram o questionamento de que o entendimento vitruviano da “figura humana bem constituída” pode ser substituído pelo do homem concebido, respeitado e analisado dentro da sua diversidade de capacidades e, também, incapacidades. O questionamento está sobre a idéia secular do homem padrão cheio de força, de capacidades físicas, locomotoras, sensoriais e cognitivas. Começou-se aí a exigir que o homem seja aceito como indivíduo em constante evolução. Para isto inicia-se o entendimento da pirâmide da evolução durante as idades da vida. Nesta pirâmide o indivíduo apresenta diferentes capacidades ou incapacidades de acordo com o avanço de sua idade. E esta evolução também acontece com as pessoas portadoras de deficiência.

Então, é nesse contexto presente na década de 60 que Selwyn Goldsmith torna-se um dos primeiros autores a introduzir nas medidas antropométricas as variantes de sexo, idade e capacidades das pessoas. A pessoa adulta em cadeira de rodas passa a figurar nos manuais de antropometria. A partir deste fato, os objetos, as dimensões nas edificações, e o mundo, também poderiam a ser vistos, tendo por base a realidade do homem em uma cadeira de rodas, as suas possibilidades de alcance e uso do meio onde vive.

Depois, na década de 80, o “Human Scale”, de H. Dreyfuss, acrescenta a figura da criança nos seus conhecidos estudos antropométricos. E no caso, também a criança em cadeira de rodas. Portanto tínhamos o homem e a mulher adultos e a pessoa adulta em cadeira de rodas. Com Dreyfuss passamos a ter também a criança e a criança em cadeira de rodas.



As ajudas e barreiras dos fatores ambientais e as incapacidades latentes do homem

Recentemente Selwyn Goldsmith, pensando no desenho arquitetônico para todos, formatou uma nova pirâmide constituída por oito diferentes realidades nas quais as pessoas estão inseridas. Nesta pirâmide, as pessoas se agrupam de acordo com as características funcionais que elas apresentam. Isto independe do seu sexo, da sua idade; depende exclusivamente dos seus aspectos funcionais frente aos fatores ambientais nos quais ela está inserida. Como exemplo temos os edifícios de uso público que podem representar grandes obstáculos para as pessoas. Esses edifícios nem sempre são pensados para garantir o uso das pessoas nas suas diferenças e diversidade de habilidades, na sua funcionalidade e incapacidade de acordo com as diferentes esferas da existência. Essas pessoas são desde as que pulam, saltam, sobem escadas, carregam bagagem; pessoas hábeis, mas não com habilidades atléticas; pessoas com necessidade de ir com maior freqüência no sanitário (necessidade de quantificação racional de sanitários na edificação) ou necessidade de sentar-se ou descansar; pessoas idosas que começam a perder ou apresentar a diminuição de algumas de suas habilidades, pessoas empurrando carrinhos; pessoas com deficiência ambulatória parcial; pessoas em cadeira de rodas com sua locomoção autônoma; pessoas em cadeira de rodas que necessitam de auxílio de terceiros para a sua locomoção; pessoas totalmente dependentes.

O papel da arquitetura pensada para o conforto e uso do homem, para servir e acolher o homem – além dos valores estéticos, simbólicos, culturais – está em seu novo paradigma vinculativo do entendimento da discriminação arquitetônica como o grande antônimo do conceito da arquitetura inclusiva.



Discriminação Arquitetônica x Arquitetura Inclusiva

Agir na dicotomia discriminação arquitetônica/arquitetura inclusiva é atuar, sobretudo, nos dados antropométricos. Ter a compreensão das medidas das várias partes do corpo humano nos possibilita o cálculo da área necessária para o alcance e possibilidade de manipulação, uso ou acionamento de um objeto.

Quanto mais os projetos forem pensados para atender conjuntamente as necessidades funcionais do maior número possível de pessoas, mais estaremos praticando a arquitetura inclusiva.

Para a realização dos projetos de arquitetura, ou mesmo de ergonomia, é capital a existência de dados da mensuração da população do país. É evidente que cada país deve arquitetar, prover os seus projetos, levando em consideração a média antropométrica da população. Com estes dados torna-se viável, mais racional e eficiente a intervenção nos espaços naturais ou construídos. A partir desses dados podemos melhor solucionar as necessidades de mobilidade, visuais, táteis, cognitivas e auditivas das pessoas.

A arquitetura inclusiva deve exercer o papel de compensador e facilitador das diferentes capacidades de uso apresentadas pelas pessoas.

As regras de acessibilidade devem seguir os dados antropométricos. Devem refletir e basear-se nos dados médios da população e apresentar critérios que atendam o uso do maior número possível de pessoas. Sem esse princípio as normas não serão igualitárias e correm o risco de atender somente uma parcela específica da população, ou tipos específicos de incapacidades de uma porcentagem da população.



O homem em sua diversidade

Como exemplo desse amálgama podemos colocar juntas pessoas de uma mesma origem: um homem adulto em pé, uma mulher adulta em pé, uma pessoa adulta em cadeira de rodas e uma criança em pé. Estas pessoas terão a altura de sua mão sempre dentro do que chamamos “eixo de excelência”. Alturas muito próximas umas das outras, independentemente se estão sentadas ou em pé. Quem está em pé pode abaixar o braço e quem está sentado pode esticar o braço e a criança pode erguer o braço. O eixo de excelência está em média entre 0,80 m do chão até 1,10 m de altura. É dentro deste princípio no plano horizontal que se estabelece a colocação dos objetos como acessórios, maçanetas, botoeiras, pegadores, barras de apoio, corrimão, guarda-corpo, interruptor, teclado de computador, telefônicos públicos, mobiliário urbano, entre outros.

Sabemos também que muitas pessoas portadoras de deficiência fazem uso de cadeira de rodas, bengalas, muletas, andador, ou andam com auxílio de um acompanhante ou um cão guia. Com isto os espaços devem ser dimensionados não somente para a pessoa, mas também para bem receber e não obstaculizar a órtese, o acompanhante ou o cão-guia.

Como tentamos mostrar nos exemplos acima, as pessoas não são idênticas, nem em dados antropométricos, nem em funcionalidades. Cada pessoa possui as suas particularidades e é muito difícil normatizar o homem em sua diversidade. O ser humano sofre muitas alterações com o passar dos anos. Isto possibilita a aquisição de muitas habilidades ou também a perda de capacidade.

Para além do normológio, do normodotado, a arquitetura inclusiva nos edifícios, meios urbanos, veículos, objetos, mobiliários, equipamentos de saúde, entre outros, desempenha um papel de extrema importância para propiciar a participação das pessoas com incapacidades na sociedade. Prover a arquitetura inclusiva a partir de estudos minuciosos, abrangentes, seguros, que levem em consideração as fases da vida, a antropometria, o design inclusivo, a funcionalidade e a tecnologia, é fundamental para não gerarmos inadequação, segregação, exclusividade, prioridades de uso. Ela é essencial para propiciarmos a participação e o reconhecimento de todos.



Do Inclusivo – A arquitetura e design

Em resumo, o homem só pode produzir bem e satisfatoriamente se as ajudas técnicas estiverem ao seu favor. Na maioria dos casos as ajudas técnicas são nada mais que um batalhão de profissionais das mais diversas áreas, trabalhando e produzindo para que as pessoas portadoras de deficiência consigam exercer o máximo da sua capacidade. A arquitetura e design (arquitetura inclusiva e design inclusivo) são ferramentas importantes para este propósito. Como simples exemplo pode-se imaginar que eles estão presentes nos espaços edificados dos escritórios (rampa, elevador, altura de janelas, revestimento de piso, cores, iluminação, corredores) bem como nos seus mobiliários e equipamentos (dimensões de mesas, cadeiras, armários, teclado de computador, aparelho de telefone, maçaneta de portas e de armários) desenhados para atender as necessidades dos usuários. Este é o papel da arquitetura inclusiva em cooperar com o atual conceito/concepção sócio-histórico da deficiência, possibilitando condições biologicamente fundadas sobre a diversidade humana para que as pessoas portadoras de deficiência tenham igualdade de oportunidades, respeitando-se as suas limitações na atividade, mas adequando os fatores ambientais para que elas possam se mostrar produtivas, integradas.

Se pegamos todos estes recursos e colocamos em altura, lugar ou para prioridade desta ou daquela pessoa, não temos uma Arquitetura Inclusiva, temos somente uma proposta de adequação ou adaptação na arquitetura. Tão exclusiva quanto excludente.



quarta-feira, 12 de agosto de 2009

BIOCHIP FAZ MAIS DE MIL REAÇÕES QUÍMICAS SIMULTÂNEAS...




Frascos, béqueres e pipetas poderão brevemente tornar-se coisas do passado nos laboratórios de química. Em vez de manusear alguns poucos experimentos sobre a bancada, os cientistas poderão simplesmente conectar um biochip em um computador e rodar instantaneamente milhares de reações químicas.

O resultado será literalmente encolher o laboratório para as dimensões de uma moeda.



Biochip controlado por um PC

Caminhando nessa direção, pesquisadores da Universidade da Califórnia, nos Estados unidos, desenvolveram uma tecnologia capaz de executar mais de 1.000 reações químicas de uma só vez, no interior de um biochip do tamanho de um selo.

O biochip, que é controlado por meio de um PC, poderá acelerar a identificação de compostos químicos candidatos à formulação de novos medicamentos para um sem-número de doenças, como o câncer, por exemplo.

O biochip é resultado de uma colaboração entre químicos, biólogos e engenheiros. Ele foi construído com base na chamada microfluídica - a utilização de dispositivos miniaturizados para manusear automaticamente minúsculas quantidades de líquidos.



Química click

As reações químicas no interior do biochip são feitas por meio de um processo conhecido como química click, onde as moléculas juntam-se de forma rápida e imitando os processos naturais.

Essa técnica, criada pelo Nobel de Química Barry Sharplless, tem sido usada frequentemente para identificar moléculas potenciais para medicamentos, as quais ligam-se a enzimas seja para ativar ou inibir um efeito em uma célula.

Tradicionalmente os biochips têm sido utilizados para realizar algumas poucas dessas reações químicas de cada vez. Agora os pesquisadores desenvolveram a tecnologia necessária para induzir múltiplas reações, criando um novo método mais rápido para analisar quais moléculas funcionam melhor com cada enzima estudada.



Análise off-line

O protótipo é um chip capaz de executar 1.024 reações simultaneamente. No teste de funcionamento, ele foi capaz de identificar potentes inibidores para a enzima bovina anidrase carbônica.

O teste, feito em poucas horas, compreendeu mais de mil ciclos de processos complexos, incluindo a amostragem controlada e a mistura de uma biblioteca de reagentes. No momento, o protótipo permite a análise das reações apenas de modo off-line, mas, no futuro, os pesquisadores planejam automatizar essa tarefa.



Economia de reagentes

"As preciosas enzimas necessárias para uma única reação local de química click em um laboratório tradicional agora podem ser divididas em centenas de duplicatas para executar centenas de reações em paralelo," diz o professor Hsian-Rong Tseng, coordenador do grupo que criou o biochip.

"Isso vai revolucionar o trabalho nos laboratórios, reduzindo o consumo de reagentes e acelerando o processo de identificação de candidatos a novos medicamentos," afirmou o cientista.

Os próximos passos da pesquisa incluem testes para o uso do novo biochip para outras reações químicas de classificação de compostos nos quais os compostos e as amostras estejam disponíveis apenas em quantidades muito limitadas - por exemplo, com uma classe de proteínas chamadas quinases, que desempenham um papel crucial nas transformações malignas do câncer.

PROCESSADOR DE 167 NÚCLEOS...



PROCESSADOR DE 167 NÚCLEOS PERMITIRÁ
CRIAÇÃO DE OLHOS BIÔNICOS...


Engenheiros da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, comprovaram o funcionamento de uma nova arquitetura de processadores que reúne algumas das mais interessantes características quando se fala de microprocessadores e chips em geral: ele é ultrapequeno, totalmente reprogramável, pode ser configurado para executar vários tipos de aplicações e consome pouquíssima energia.




Processador de múltiplos núcleos

O novo chip foi batizado de AsAP - Asynchronous Array of Simple Processors, conjunto assíncrono de processadores simples. Com nada menos do que 167 núcleos, o novo processador funcionou sem nenhum travamento, segundo os pesquisadores.

Como ele foi construído com a mesma tecnologia atualmente utilizada pela indústria eletrônica, o projeto poderá ser facilmente levado do laboratório para a indústria.

O processador de múltiplos núcleos foi projetado para ser utilizado no processamento de sinais digitais (DSP), com aplicações desde telefones celulares, tocadores de MP3 e equipamentos de vídeo, até equipamentos médicos de ultrassom, ressonância magnética e na criação de uma nova geração de implantes biônicos.




75 vezes menos energia

A frequência (clock) máxima de funcionamento do chip foi de 1,2 GHz, mas ele pode funcionar num ritmo menor, o que reduz dramaticamente seu consumo de energia. Vinte desses chips funcionando juntos podem efetuar meio trilhão de operações de ponto flutuante por segundo usando apenas 7 watts de energia.

"Um chip desses alimentado por uma bateria poderá funcionar até 75 vezes mais do que os chips de processamento digital disponíveis comercialmente," diz o engenheiro Bevan Baas, coordenador da equipe que projetou o novo chip.

Ainda em comparação com os DSPs atuais, o chip de 167 núcleos pode alcançar uma velocidade até 10 vezes maior, mesmo tendo apenas uma fração do tamanho. Construído com tecnologia de 65 nanômetros, o chip é um quadrado com cerca de 6 milímetros de lado.



Olhos e ouvidos biônicos

Para aplicações que requeiram menor poder de processamento, o chip poderá se tornar ainda menor. Isto permitirá seu uso no desenvolvimento de implantes para os olhos e os ouvidos, criando próteses impossíveis de serem fabricadas hoje.

Atualmente, os implantes para a retina ainda são grandes ou exigem a alimentação externa, tornando seu uso corrente quase impraticável. A captura e o processamento de imagens é justamente o elemento forte de um chip DSP como o AsAP.

Além disso, as possibilidades de sua miniaturização não foram esgotadas, uma vez que a indústria de semicondutores já está com data marcada para começar a fabricar processadores com tecnologia de 28 nanômetros.

Sobre o estágio atual dos implantes biônicos, veja Minitelescópio implantável no olho ajuda pacientes com problemas de visão e Amplificador visual é nova alternativa para olho biônico.

EQUIPAMENTO TRANSFORMA IMAGENS EM MAPAS SONOROS TRIDIMENSIONAIS...




O conceito é aparentemente simples e dois protótipos já foram testados com sucesso: um feixe de laser de baixa potência e câmeras de vídeo digitais tornaram-se os novos olhos de pessoas cegas, mostrando-lhes os objetos e o movimento ao seu redor.



Mapas acústicos tridimensionais

Pesquisadores da Universidade de Bristol, na Inglaterra, desenvolveram novos algoritmos e um poderoso sistema de processamento de imagens em tempo real capaz de identificar objetos e obstáculos, como árvores, veículos e pessoas.

O sistema usa imagens estéreo para criar um "mapa de profundidade" que permite o cálculo de distâncias. O sistema também pode analisar os objetos em movimento e prever para onde eles estão indo.

O processamento das imagens de fato não é tão inovador, mas como apresentar essa informação visual para uma pessoa cega? Entra em cena a tecnologia desenvolvida na Universidade de Laguna, na Espanha, que possibilita a transformação de informações espaciais em mapas acústicos tridimensionais.


Uma pessoa cega portando fones de ouvido pode então detectar como o som se altera à medida que ela se move pelo ambiente. O sistema de áudio estereofônico torna possível posicionar os sons de tal forma que o cérebro possa interpretá-los como um ponto no espaço.



Sensor de posicionamento da cabeça

Os sons tornam-se mais claros conforme a pessoa se aproxima dos objetos e mais difuso conforme se afasta. Os objetos à direita são ouvidos pela orelha direta e, se a pessoa move a cabeça, o som se reposiciona automaticamente. E, se alguma coisa está vindo em sua direção, será ouvido um som que avisa da aproximação do objeto, com um tom que alerta para que se possa sair do caminho.

As duas tecnologias foram condensadas em um único equipamento portátil, que contém ainda um giroscópio, chamado de sensor de posicionamento da cabeça, que detecta os movimentos que o usuário do equipamento faz com a cabeça. O sensor alimenta o sistema com essa informação para que o som possa ser reposicionado nos fones de ouvido em tempo real.

O equipamento foi testado com sucesso por pessoas cegas em vários ambientes reais, incluindo ruas movimentadas.





Óculos com laser

O primeiro protótipo usa um sensor a laser desenvolvido originalmente pela Siemens para detectar passageiros dentro de um carro. Ele é capaz de detectar a distância de objetos entre 0 e 5 metros, em um campo de visão de 60 graus. O laser fica montado dentro dos óculos e não pode ser visto pelas pessoas ao redor porque usa luz infravermelha.

A segunda versão do equipamento recebeu duas câmeras de vídeo digitais, colocadas uma de cada lado de um capacete. Esta versão é capaz de detectar objetos em movimento e prever sua rota.




Câmeras nos óculos

"Ainda há um bocado de trabalho para fazer antes que o equipamento possa ir para o mercado, especialmente para provar que o sistema é 100% confiável," diz Guillermo Peris-Fajarnés, que coordenou o projeto multi-institucional. "Você não pode se arriscar a errar enquanto um usuário está atravessando a rua. Mas agora nós sabemos que a tecnologia funciona."

Os pesquisadores já estão procurando parceiros na indústria para começar a testar o equipamento de forma a torná-lo viável comercialmente. Uma das melhorias necessárias, segundo Peris-Fajarnés, é miniaturizar o aparelho, se possível incluindo as câmeras nos óculos.



TECNOLOGIA DE PREVISÃO DO FUTURO...

Se os meteorologistas conseguem fazer previsões com elevado índice de acerto mesmo lidando com todas as variáveis que influem sobre o clima, não seria então possível prever quais voos devem ser cancelados ao redor do mundo para evitar que uma epidemia se alastre?

Há inúmeros fenômenos que, se previstos com um mínimo de precisão, poderiam ajudar os governos a lidar não apenas com problemas de saúde, mas também com a economia. Por exemplo, que medida dará melhor resultado: o corte de impostos sobre gêneros de primeira necessidade ou a manutenção dos impostos e a distribuição direta de recursos para as famílias pobres?


Previsão do futuro high-tech



MAPA MOSTRA A INVASÃO EPIDÊMICA DO VÍRUS H5N1,
CAUSADOR DA GRIPE AVIÁRIA NOS ANOS DE 2003 E 2004.

O professor Alessandro Vespignani, da Universidade de Indiana, nos Estados Unidos, afirma que isto é pouco e que será possível fazer muito mais, em áreas nem sequer imaginadas. Não será apenas o caso de extrapolar tendências, mas de prever de fato o que a população vai demandar no futuro, em termos sociais, econômicos e muito mais.

Os avanços recentes na teoria e na modelagem de redes complexas, juntamente com a possibilidade de coletar novos dados a partir da Internet e dos equipamentos eletrônicos móveis permitirá que "a humanidade atinja um poder real de prever o futuro," afirma ele.

Rastreamento individual

Pesquisas já demonstraram a possibilidade concreta de monitorar simultaneamente 100.000 usuários de celulares durante seis meses, usando os dados trocados constantemente entre os celulares e as torres de comunicação. Outra pesquisa demonstrou que a circulação de dinheiro pelas casas de câmbio oferece uma forma simples de monitorar o movimento de pessoas ao redor do mundo.

Neste exato momento, estão sendo gerados bilhões de bytes de informações sobre a vida de cada indivíduo, sobre a interação entre indivíduos e sobre os hábitos de cada um: registros de compras em cartões de crédito, dados de celulares, Bluetooth, GPS e WiFi deixam um rastro digital da vida de cada um que é virtualmente impossível apagar.

E, segundo Vespignani, agora já temos as ferramentas de software e o poder computacional para começar a fazer uso produtivo dessas informações.

Mineração de realidade

Essas novas técnicas, que o pesquisador chama de "mineração de realidade," deverá aumentar a capacidade dos pesquisadores e cientistas para prever com precisão os efeitos de fenômenos como eventos catastróficos, movimentos populacionais ao redor do mundo ou mesmo a invasão de novos organismos em ecossistemas, como pragas na agricultura ou vírus no ser humano.

"Isto é semelhante ao que aconteceu na física quando nós tivemos a mudança da física atômica e molecular para o estudo da física da matéria. Aqui nós vemos o movimento partindo do estudo de um pequeno número de elementos, ou pequenos grupos sociais, para o estudo do comportamento de sistemas sociais em larga escala, consistindo em milhões de pessoas, que podem ser caracterizados no espaço, tanto geográfico quanto social, e no tempo," diz o cientista.

Dados fluindo pela rede

Vespignani reconhece que a criação da infraestrutura necessária para as previsões do futuro, como ele as entende, ainda está dando seus primeiros passos. As informações já estão sendo geradas em larga escala, mas ainda não há um mecanismo para que elas sejam reunidas de forma rápida, fácil e em tempo real.

Isto reduz a possibilidade das previsões a estudos específicos, com tempo determinado e com grandes orçamentos. Mas, num futuro próximo, prevê ele, esses dados estarão fluindo pela rede, graças ao aumento crescente do poder de processamento dos computadores e da capacidade e armazenamento de dados digitais.

O trabalho à frente, segundo ele, envolverá a atuação conjunta de vários campos do conhecimento, incluindo teoria de redes, biologia matemática, estatística, ciência da computação e física estatística.

Artistas da aproximação

Vespignani reconhece que essa capacidade de previsão do futuro levanta sérias questões de privacidade. Mas ele passa ao largo da discussão de forma inteiramente pragmática: os dados estão disponíveis, é fácil e barato coletá-los e não há porque não usá-los.

"Nós gostamos de pensar que somos únicos. Mas provavelmente, para 90% das nossas interações sociais, nós não somos assim tão únicos," diz o físico. "Os físicos trazem um equilíbrio especial entre rigor matemático, abordagens computacionais e intuição para o problema. Nós somos os artistas da aproximação."

Comentando a pesquisa, Adrian Cho, da revista Science, afirmou: "No campo dos sistemas socioeconômicos complexos, os físicos e outros cientistas analisam as pessoas quase como se elas fossem elétrons totalmente substituíveis."

MECANISMO DE BUSCA PARA PROGRAMAS DE TV...

PROGRAMA DE RECONHECIMENTO DE VOZ...

Acostumados com o Google e com outros mecanismos de busca, os internautas podem se perguntar como é que os canais de TV fazem quando querem mostrar uma imagem de arquivo, na qual foi noticiado um determinado tema ou mostrado determinado personagem que está novamente ganhando destaque.

Há basicamente duas formas. A primeira é usar a memória dos funcionários, que podem oferecer delimitações para os programas e as datas onde a busca deve ser feita; a seguir, o funcionário assiste os videotapes, programa por programa, até encontrar o que procura.

Há uma alternativa "mais tecnológica": investir em um programa de reconhecimento de voz e fazer algo equivalente a uma "digitalização vocal" de todo o arquivo - o programa é treinado para reconhecer as palavras faladas por cada locutor, compondo pouco a pouco o seu próprio dicionário.

Há dois grandes problemas com esta tecnologia no atual nível em que ela se encontra: o processo é caro, porque exige funcionários treinados para inserir os dados no sistema, que deve ser constantemente atualizado, e o programa nem sempre consegue encontrar termos que se tornam líderes de audiência no presente, mas para os quais ninguém ligava no passado, como "atos secretos," ou "Obama," por exemplo.


Dicionário de sílabas

Agora, uma pesquisa feita no Instituto Fraunhofer, na Alemanha, está fazendo uma atualização radical nesses sistemas que poderá resolver de uma só vez os dois problemas - o novo sistema de reconhecimento de voz não exige as caras e demoradas atualizações dos dicionários.

"Nosso sistema é baseado em um dicionário de sílabas, e não em um dicionário de palavras. Os sistemas de reconhecimento de voz convencionais conseguem identificar apenas um número limitado de palavras, enquanto o número total de palavras que existem é grande demais para se lidar. Já o número de sílabas existentes é muito menor e mais fácil de lidar. Com cerca de 10.000 sílabas nós conseguimos montar virtualmente qualquer palavra," resume o Dr. Daniel Schneider, coordenador do trabalho.

O programa é capaz também de reconhecer novas palavras de forma independente, sem a necessidade de um funcionário treiná-lo. Por exemplo, o dicionário certamente conterá as sílabas "a", "tos", "se", "cre" e "tos", e poderá localizar qualquer referência ao termo nos programas do passado.

Busca em vídeos

No início de cada busca, os programas de TV são divididos em segmentos. Tão logo alguém comece a falar, o programa salva a cena seguinte como um novo segmento. O usuário então navega de participante em participante, podendo selecionar apenas o que um entrevistado ou entrevistador em particular está falando.

Em uma segunda etapa, as palavras individuais são analisadas pelo algoritmo de reconhecimento de voz. Neste momento, o usuário pode entrar o termo a ser pesquisado em uma janela, exatamente como faria em um mecanismo de busca da Internet.


Os resultados também são mostrados como em um mecanismo de busca, mostrando as frases onde o termo procurado foi localizado. O usuário então clica nas frases de seu interesse e o sistema reproduz o trecho do programa onde a palavra foi falada.

Segundo os pesquisadores sistema consegue localizar as palavras faladas em um programa com um nível de 85% acerto.

NOVO-G, SUPERCOMPUTADOR...



UM COMPUTADOR RECONFIGURÁVEL PODE SER
ENTRE 10 OU 100 VEZES MAIS RÁPIDO DO QUE
OS COMPUTADORES COMUNS DO MESMO TAMANHO,
MAS USAM ATÉ 10 VEZES MENOS ENERGIA.




NOVO-G, PRIMEIRO SUPERCOMPUTADOR
RECONFIGURÁVEL DO MUNDO !!


Um supercomputador chamado Novo-G, descrito por seus criadores como sendo o mais poderoso computador de seu tipo no mundo, começou a funcionar nesta semana na Universidade da Flórida, nos Estados Unidos.

Supercomputador reconfigurável

O nome Novo-G junta a palavra latina para "inovar, mudar, alterar" com a letra G, de Gênesis.

Sendo um computador reconfigurável, o Novo-G é capaz de rearranjar seus circuitos internos para atender às necessidades do problema que ele tem por resolver.

As aplicações dos computadores reconfiguráveis vão desde os satélites espaciais até os supercomputadores de pesquisa. Eles poderão ser usados "em qualquer lugar onde tamanho, energia e alta velocidade são importantes," diz o pesquisador Alan George.

Um computador desse tipo, muito menor, chamado "LapTop Voador," deverá ir ao espaço em 2012 - Sonda espacial terá hardware reconfigurável para múltiplas pesquisas


O melhor de dois mundos

Os computadores tradicionais usam os chamados "componentes de lógica fixa" para desempenhar uma grande variedade de tarefas. Mas esse enfoque "pau para toda obra" exige uma quantidade significativa de energia e espaço adicionais, não importando qual seja o trabalho a ser feito.

Por outro lado, computadores especializados, dirigidos para uma tarefa específica, podem ser construídos para realizar determinadas tarefas de forma muito mais eficiente. Mas eles não são flexíveis, e só sabem fazer uma coisa.

Os computadores reconfiguráveis, por sua vez, juntam o melhor desses dois mundos. Isto porque eles podem reorganizar seus circuitos internos como se fossem blocos de Lego, criando a arquitetura mais apropriada para cada trabalho. O resultado é que um computador reconfigurável pode ser entre 10 e 100 vezes mais rápido do que os computadores comuns do mesmo tamanho, mas usam até 10 vezes menos energia.

Tecnologia muito complicada

Embora o conceito de computador reconfigurável já esteja bem demonstrado, eles continuam em estágio de pesquisa, principalmente porque não são muito fáceis de usar. Um dos objetivos da pesquisa com o Novo-G é justamente desenvolver ferramentas que possam tornar os computadores reconfiguráveis mais acessíveis.

"É uma tecnologia poderosa, mas é também uma tecnologia muito complicada," diz George. "Nós não queremos que essa tecnologia tão importante seja acessível apenas para especialistas."

sábado, 1 de agosto de 2009

HAIFA WEHBE - HOMENAGEM À MULHER ÁRABE ...




Haifa Wehbe, é uma cantora nascida em Marajuna, um remoto vilarejo xiita do sul do Líbano, onde morava com sua família em uma modesta casa de dois quartos e sem banheiro. Transformou-se em símbolo sexual internacional dos árabes e sua canção é difundida por todas as emissoras de rádio e seu vídeo exibe movimentos de corpo sensuais, provocativos, às vezes quase lascivos. Haifa acompanhou o veterano ator egípcio Omar Sharif à cerimônia do Oscar, fez com um famoso jogador de futebol europeu a campanha publicitária de uma cerveja sem álcool e está rodando um filme em Hollywood.

Seu sucesso ultrapassou os limites da canção e do entretenimento dos povos do Oriente Médio. Os árabes nunca haviam conseguido um símbolo sexual internacional próprio. Não é a voz e nem a graça das letras que canta que conquistaram esse público sem fronteiras. Haifa, com seu erotismo suavizado, mas à flor da pele, comove até nas ondas do rádio e nos discos. Com sua arte leve e seu corpo em liberdade, encarna o espetáculo. É vedete e dançarina oriental ao mesmo tempo. Representa a provocante imagem de um novo estilo da canção árabe, muito distante das imortais Um Kalsum e Fairuz.

Dominando a bela baía de Junie, com seus milhares de luzes tremulantes, o cassino do Líbano, com seu suntuoso vestíbulo e suas escadarias solenes, foi o símbolo da vida alegre e despreocupada da capital libanesa antes das guerras. Desde 1959 e durante duas décadas, a reputação deste cassino, o maior do Oriente Médio, só perdia no cenário internacional para o de Montecarlo. Com sua longa cabeleira negra, vestida com uma calça branca curta e justa e um transparente e grande véu que mostrava os encantos de suas pernas nuas e de seu busto, Haifa Wehbe voltou a triunfar no cassino, e é a mais esplêndida estrela árabe da canção, a mais fulgurante estrela do Oriente.

Mas o erotismo de sua dança custou-lhe a rejeição de seu vilarejo natal, onde seu pai ainda vive humildemente e em cuja praça principal está o retrato de seu irmão Ahmad, miliciano da Amal morto em combate contra soldados israelenses. Ela não é bem-vinda e seus vizinhos não a deixaram assistir ao funeral do irmão.









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